DIONISIO

terça-feira, 28 de outubro de 2008

DIONISO

Não foi fácil proteger o jovem deus da fúria ciumenta de Hera. Ela o perseguia sem
cessar para se vingar nele da infidelidade do marido.

Zeus confiou Dioniso ainda bebê ao deus Hermes. Este o entregou ao rei Atamas e a
sua esposa, Ino, para que recebesse uma educação digna da sua condição. A conselho
de Hermes, a babá de Dioniso o vestia de menina para enganar Hera. Mas a deusa não
demorou a descobrir a trapaça, levando à loucura os que acolheram o deus.

Zeus conseguiu salvar o bebê a tempo. Dessa vez, mandou-o para Nisa, uma
cidade distante da África, de acordo com uns, ou da Ásia, segundo outros. O menino
foi criado na montanha pelas ninfas do lugar. Para protegê-lo, seu pai lhe deu a
aparência de um cabrito. Por isso, encarregou para o resto da vida dois chifrinhos na
testa.

Durante a infância nas montanhas, Dioniso descobriu a vinha e aprendeu a
fazer vinho das uvas. A partir de então, não parou de exaltar as qualidades da
preciosa bebida. Nas festas que davam em sua honra, havia vinho à vontade. A
embriaguez não gerava apenas alegria, mas também crises de furor, como os fiéis ao
deus não tardaram a perceber...

Tornando-se adulto, o deus partiu da cidade da sua infância. Levou consigo um
cortejo de fiéis, os sátiros e as bacantes. Vestindo peles de animais e armados de bastões
adornados com hera, eles dançavam e cantavam ao som de tamborins e flautas. A sua
passagem, provocavam pânico, por causa do seu aspecto selvagem. Com eles, Dioniso
atravessou o Egito e a índia antes de voltar à Grécia. Aí, foi para Tebas, onde ainda
viviam as irmãs de sua mãe. Ao que parece, elas não tinham acreditado na união de
Semeie com Zeus; logo, duvidavam da natureza divina de Dioniso. Mas ele estava
decidido a lhes provar o contrário...

Dioniso entrou na cidade disfarçado de sacerdote. Seus fiéis logo se espalharam
pelas ruas e praças, incitando os habitantes a abraçar o novo culto vindo do Oriente:

"Venham conosco para as montanhas. Lá, há vinho, leite e mel a rodo. Larguem seus
teares, deixem suas roupas velhas! Vamos coroá-los com hera, pôr-lhes na cintura pele de
animais e lhes daremos o tirso. Oi Bacchoi!"

Suas danças desenfreadas inquietaram o rei Penteu. Ele temia que aquele bando de
possessos semeasse a desordem na cidade. Ordenou, portanto, a prisão do sacerdote e
proibiu a celebração do culto. Alguns foram mandados para a prisão, mas a maioria
deles fugiu para o monte Citéron, acompanhados por mulheres tebanas seduzidas por
suas práticas. Entre elas estava a própria mãe do rei, Agave, que se tornou bacante.

O deus fingiu se reconciliar com o rei e lhe propôs ir ao monte Citéron espiar o que
as mulheres faziam. Surpreendidas por aquele intruso que não reconheceram, as bacantes,
com Agave à frente, lançaram-se furiosas sobre ele, estraçalhando-o como feras.

Penteu pagou caro por sua desconfiança e resistência. Pereceu, punido por ter
espionado as mulheres na intimidade, como um de seus ancestrais, Actéon, perecera por
ter surpreendido Ártemis no banho.

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