O ÚLTIMO COMBATE

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O ÚLTIMO COMBATE

Na terra, a luta não havia terminado. Para se tornar definitivamente o soberano dos
deuses e dos homens, Zeus ainda precisava combater um temível demônio, Tífon, que era
o filho mais moço de Gaia.

Quando esse ser monstruoso se aproximava, todo mundo fugia, e os próprios
deuses receavam enfrentá-lo. Sua força inesgotável, sua estatura descomunal e sua feiúra
superavam as de todos os outros filhos de Gaia. Na extremidade de seus braços imensos,
agitavam-se cabeças de dragão com língua preta. Cada uma delas soltava centelhas de
fogo pelos olhos e gritos de animal selvagem.

Zeus as ouviu gemer, berrar e rugir uma após a outra. Preparou-se para a luta e
empunhou suas armas. O choque foi terrível: a terra tremeu, o céu ficou em brasa, e o mar
se ergueu num vagalhão fervente. Dentre os dentes dos dragões jorravam chamas que os
relâmpagos de Zeus desviavam. De re- pente, juntando todas as suas forças, Zeus
lançou um dardo poderoso, feito de seu raio, que inflamou de uma só vez as múltiplas
cabeças de dragão. O monstro se consumiu num fogaréu gigantesco, queimando toda a
vegetação em torno. Então, finalmente vitorioso, o senhor supremo do trovão o precipitou
no fundo do Tártaro. Agora Zeus podia reinar. Voltou à sua morada no cume do monte
Olimpo. Encoberto por nuvens espessas, o palácio do soberano dos céus ali se erguia,
majestoso. Os deuses costumavam se encontrar no salão de mármore para alegres
banquetes, em que se deleitavam com néctar e ambrosia. Eles gostavam das festas, e volta
e meia suas risadas e cantos ressoavam no Olimpo. Sentado num trono de ouro e marfim,
Zeus dominava os deuses e o mundo embaixo.
Com seu raio, podia agitar o céu e, com um meneio da cabeça, sacudir a terra. Todos
temiam seu poder, mas respeitavam sua justiça.

Essa vitória assinalou o início de uma nova era, em que nasceram os Mortais.2 Os da
época de Crono eram diferentes.

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