URANO E GAIA

terça-feira, 28 de outubro de 2008

URANO E GAIA

Da união deles nasceram primeiro seis meninos e seis meninas, os Titãs e as
Titânides, todos de natureza divina, como seus pais. Eles também tiveram filhos.

Um deles, Hiperíon, uniu-se à sua irmã Téia, que pôs no mundo Hélio, o Sol, e
Selene, a Lua, além de Eo, a Aurora. Outro, Jápeto, casou-se com Clímene, uma filha
de Oceano. Ela lhe deu quatro filhos, entre eles Prometeu. O mais moço dos Titãs, Crono,
logo, logo ia dar o que falar.

A descendência de Urano e Gaia não parou nesses filhos. Conceberam ainda seres
monstruosos como os Ciclopes, que só tinham um olho, bem redondo, no meio da
testa, e os Cem-Braços, monstros gigantescos e violentos. Os coitados viviam no Tártaro,
uma região escondida nas profundezas da terra. Nenhum deles podia ver a luz do dia,
porque seu pai os proibia de sair.

Gaia, a mãe, quis libertá-los. Ela apelou para seus primeiros filhos, os Titãs, mas
todos se recusaram a ajudá-la, exceto Crono. Os dois arquitetaram juntos um plano que
deveria acabar com o poder tirânico de Urano.

Certa noite, guiado pela mãe, Crono entrou no quarto dos pais. Estava muito
escuro lá, mas o luar lhe permitiu ver seu pai, que roncava tranqüilo. Com um golpe
de foice, cortou-lhe os testículos. Urano, mutilado, berrou de raiva, enquanto Gaia dava
gritos de alegria. Esse atentado punha fim a uma autoridade que ela estava cansada de
suportar, e a inútil descendência deles parava aí — ou quase... Algumas gotas de sangue
da ferida de Urano caíram na terra e a fecundaram, dando origem a demônios, as
Erínias, a outros monstros, os Gigantes, e às ninfas, as Melíades.

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